Minha irmã de criação tinha mãe e pai. Que eram tios do meu pai. Então minha irmã de criação era na verdade minha prima. E quando eu era pequena os pais dela moravam numa cidadezica chamada Miguel Bournier. A cidade era tão pequena que só tinha mesmo duas ruas e uma estação de trem. No alto tinha uma igrejinha e uma farmácia. Perto da linha de trem tinha uns dois bares e só. Mas eu gostava de ir prá lá, era uma vida tão diferente. Eu acordava cedo e tomava leite com pão torrado no fogão a lenha. O pão era de pacote, sovado porque lá não tinha padaria. Pão sovado pra mim era uma novidade, e eu achava que só lá é que tinha. O almoço era às 10:30 da manhã. Depois tinha um outro café no meio da tarde tarde e 17:00 era a janta. Tudo feito no fogão a lenha, um gosto bom que eu não me esqueço. A tia fazendo todas as vontades... A casa velha, chão de tábuas que rangiam. As camas de madeira, colchão de palha. O banho na banheira que de tão velha tinha o esmalte já preto no fundo. E o banho era de cuia, eu achava aquilo o máximo. De manhã cedinho eu saia com uma menina vizinha para catar moranguinhos silvestres no mato. E depois a gente fugia escondido para a linha de trem para ficar andando nos trilhos. Era proibido!
1 comentários:
Nossa Cláuia, parece até filme... Que delícia! deu pra sentir o gosto da comida.
Beijocas e até segunda
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